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sexta-feira, 30 de novembro de 2007

Os filmes da minha vida (5)

A Princesa Prometida
(The Princess Bride, 1987)
Este é, provavelmente, o filme mais belo de toda a longa filmografia de Rob Reiner, assim como um dos contos de fadas mais maravilhosos que alguma vez chegaram ao grande ecrã. Como diz Peter Falk no início do filme, é uma história que tem tudo: "esgrima, luta, tortura, vingança, gigantes, monstros, perseguições, fugas, amor verdadeiro, milagres..." Para além disso, tem uma qualidade e uma intemporalidade que faz dele um dos grandes clássicos de todos os tempos, onde quase todos os diálogos são dignos de serem memorizados e repetidos até à exaustão pelos fãs mais devotos. Ainda estou para descobrir alguém que veja o filme sem ficar com uma vontade irresistível de repetir vezes sem conta o já mítico cumprimento do espadachim espanhol: "Hello, my name is Inigo Montoya. You killed my father. Prepare to die."

A história começa no "mundo real". Um rapaz (Fred Savage) que se encontra doente, recebe a visita do avô (Peter Falk), que lhe traz uma surpresa: o livro A Princesa Prometida, de S. Morgenstern, que ele adorava ler quando era criança. O rapaz, viciado em televisão e jogos de computador (Spectrum, claro está - lembrem-se que isto foi feito em 1987), torce o nariz a esta ideia, mas aceita que o avô lhe leia a história.
Passamos então para o reino de Florin, onde vive a bela Buttercup (Robin Wright), que se apaixona por Westley (Cary Elwes), o empregado da quinta dos seus pais. Decidido a ganhar fortuna, Westley parte certo dia, prometendo regressar para se casar com ela - mas, infelizmente, o navio onde viajava foi atacado pela tripulação do Temível Pirata Roberts, conhecido por nunca deixar sobreviventes. Destroçada pela morte do seu amado, Buttercup jura nunca mais amar.
Anos mais tarde, a jovem fica noiva do príncipe herdeiro de Florin, Humperdink. O casamento será de conveniência e ela encara-o sem amor e sem sonhos. Um dia, Buttercup é raptada por um grupo de malfeitores e levada para o reino vizinho de Guilder. Durante a viagem, porém, os raptores descobrem que estão a ser seguidos por alguém que está tão interessado na futura princesa quanto eles: um misterioso homem de negro, que se identifica como sendo o Temível Pirata Roberts, o assassino de Westley. E, para complicar as coisas, o príncipe Humperdink e o seu braço-direito estão também a segui-los...

Esta é uma história apaixonante, que devia ser de visionamento obrigatório para todos aqueles que gostam de filmes de aventura. Entre os vários nomes que compõem o elenco de luxo desta pequena obra-prima, destaco Mandy Patinkin (o Gideon da série Mentes Criminosas) no papel de Inigo, e um irreconhecível Billy Crystal (a sério, só percebi que era ele quando vi os créditos finais) como o Milagreiro Max.

Obras de arte (25)


Ana de Cleves, de Hans Holbein, o Jovem

Diz a lenda que, quando Henrique VIII resolveu casar-se pela quarta vez, mandou uma comitiva viajar por toda a Europa, para avaliar as damas solteiras das diversas cortes. Fazia parte da comitiva o pintor Hans Holbein, o Jovem, encarregado de pintar os retratos dessas damas para que o rei as avaliasse mais tarde.
De todas elas, a que mais agradou a Henrique VIII foi a alemã Ana de Cleves, pelo que o rei mandou que se realizasse o casamento assim que viu o seu retrato. O problema é que Holbein foi muito generoso nos trabalhos que fez durante esta missão, corrigindo alguns pontos mais inestéticos do aspecto das damas retratadas. Imaginem a surpresa do rei quando finalmente se viu frente a frente com a sua quarta esposa, e descobriu que ela afinal era mais feia que um cavalo...

quinta-feira, 29 de novembro de 2007

Os filmes da minha vida (4)

O Terceiro Tiro
(The Trouble With Harry, 1955)
Inspirada por um post recente do Cataclismo Cerebral, resolvi falar hoje de um dos filmes que ocupa o meu Top 5 de obras de Alfred Hitchcock. O Terceiro Tiro é um dos filmes mais mal-amados do mestre, pois o público da época não recebeu bem a ideia de que Hitchcock pudesse fazer uma comédia; ainda por cima, o tom negro (e inegavelmente hichcockiano) deste filme, que mostra claras influências da comédia britânica, era demasiado forte para os norte-americanos, o que levou os poucos que o viram aquando da sua estreia a rejeitá-lo. O facto de problemas de direitos de autor terem-no mantido longe do olhar dos espectadores durante os trinta anos que se seguiram também não ajudou as coisas. Hoje, quem o vê reconhece-o como uma obra injustamente esquecida, e que merece ser redescoberta pelo grande público.
Ora bem, qual é o problema de Harry? Oh, é uma coisinha de nada: ele está morto. E toda a gente se considera culpada do crime. Jennifer (Shirley MacLaine, no seu primeiro papel no cinema), a esposa que fugiu das suas garras anos antes, julga ter sido ela, quando lhe partiu uma garrafa na cabeça; a solteirona Ivy Gravely (Mildred Natwick) pensa que foi a sapatada que lhe deu na cabeça quando ele a tentou molestar que o matou; e o capitão Wiles (Edmund Gwenn) pensa que atingiu Harry acidentalmente quando estava a caçar coelhos. O pintor Sam Marlowe (John Forsythe) vê-se envolvido na história e tenta ajudar os vizinhos a esconderem o crime, mas as coisas não correm da melhor maneira. Entre confissões e revelações, o corpo acaba por ser enterrado e desenterrado várias vezes, e a verdade por detrás do problema de Harry parece cada vez mais difícil de ser revelada.

segunda-feira, 26 de novembro de 2007

Visit England.

Esta é a mais recente campanha da agência de viagens Eurostar para incentivar os turistas belgas a visitar o Reino Unido:


Pois é, eu também acho estúpido.

Vídeo da Semana

Acabei de encontrar um sketch dos Goddies, datado de 1972, que há muito se julgava perdido:

sexta-feira, 23 de novembro de 2007

Os filmes da minha vida (3)

À Mesma Hora, Para o Ano que Vem
(Same Time, Next Year, 1978)
A primeira vez que vi este filme fi-lo apenas pelo simples facto de ter Alan Alda no papel principal. Sendo fanática pela série M*A*S*H, era capaz de ver qualquer porcaria em que este tipo entre - mas, felizmente, até hoje nada do que ele fez se revelou ser uma porcaria, e este filme em particular é uma pequena pérola que poucos conhecem.
Em 1951, George (Alan Alda) e Doris (Ellen Burstyn) conhecem-se num pequeno hotel e sentem-se imediatamente atraídos um pelo outro, acabando por passar a noite juntos. Na manhã seguinte, sentem-se inundados de culpa, visto que são ambos casados. Porém, acabam por se encontrar novamente no ano seguinte, no mesmo hotel. E no ano seguinte, e no outro... Quando o filme acaba, estamos em 1977, e George e Doris continuam a encontrar-se à mesma hora naquele mesmo quarto de hotel.
Adaptado de uma peça de teatro de Bernard Slade, este filme mantém um certo toque teatral que lhe dá um encanto especial. Vemos as personagens evoluírem, assim como a sua relação e o modo como esta influencia a vida que têm durante o resto do ano, com as suas respectivas famílias.
Em conclusão, uma história muito doce, que eu gostaria de ver um dia em cena num dos nossos teatros.

terça-feira, 20 de novembro de 2007

Kimono's Townhouse

Alguém se lembra do Meu Pequeno Pónei? Em miúda, eu adorava ver o desenho animado e tinha uma considerável colecção de bonecos da marca - e agora, já crescida, uma onda de nostalgia faz-me delirar ocasionalmente com os exemplares da nova colecção que "ressuscitou" os póneizinhos no imaginário infantil.
Ora, há algum tempo atrás, outra coleccionadora nostálgica resolveu fazer alguma coisa divertida com os seus bonecos, e o resultado foi uma delirante webcomic: Kimono's Townhouse.
Esta webcomic narra as aventuras de Kimono, uma estudante universitária de Ponyville, séria e atinada, que resolve ir morar para uma vivenda nos subúrbios. Porém, como o ordenado do seu trabalho em part-time na biblioteca da universidade não lhe permite arrendar sozinha uma casa, Kimono vê-se obrigada a partilhá-la com outro pónei; infelizmente, a única que responde ao seu anúncio é Minty, uma destrambelhada operadora de call center numa empresa de informática que colecciona de meias de forma compulsiva, adora "snifar" canetas de feltro e cantar músicas de George Harrison em altos berros - ou seja, a versão equina aqui da Pattie. O resultado é uma história que se assemelha a muitas sitcoms norte-americanas que andam por aí, capaz de divertir não só os fãs do Meu Pequeno Pónei, mas toda a gente que gostar de histórias simples mas bem contadas.
Aconselho a verem esta webcomic desde o princípio, avançando depois nos links de "next". Garanto-vos que vão adorar.

Editado às 14:23: Esqueci-me de dizer que Kimono's Townhouse é semanal, sendo actualizado durante a madrugada de terça para quarta (para aqueles que vivem em Portugal, claro está).

domingo, 18 de novembro de 2007

Vídeo da Semana

Desta vez tenho não um, mas três vídeos, mostrando diferentes visões da mesma música.

O original, de Elton John:


A versão de Kate Bush, repetente desta rubrica:


E a versão de David Fonseca:

quarta-feira, 14 de novembro de 2007

Os filmes da minha vida (2)

Viver de Novo
(Dead Again, 1991)
Eu adoro William Shakespeare e, consequentemente, adoro os filmes de Kenneth Branagh. Porém, o que mais me marcou na sua filmografia enquanto realizador não foi o lirismo de Muito Barulho Por Nada, a melodia de Love Labour's Lost ou a magnificência bélica de Henrique V, mas este thriller que mistura o sobrenatural com uma nítida homenagem a Alfred Hitchcock, e cuja única referência ao bardo se deve ao seu nome aparecer numa placa a meio do filme.
Mike Church (Branagh) é um detective privado de Los Angeles que é contactado pelo responsável pelo orfanato onde cresceu para devolver uma estranha mulher (Emma Thompson), encontrada dentro dos portões do orfanato, amnésica e incapaz de falar, à sua família. Um anúncio colocado por Church na sua busca atrai a atenção de um hipnoterapeuta, Franklin Madson (Derek Jakobi), que sugere usar as suas capacidades para tentar fazê-la recordar-se do que se passou. Durante a sessão, porém, a mulher retrocede demasiado no tempo e, em vez de se descobrir elementos da sua vida actual, são revelados acontecimentos que marcaram uma vida passada e que têm inundado as suas noites de terríveis pesadelos: o assassínio da pianista Margaret Strauss (também Thompson) pelas mãos do seu marido, Roman (novamente Branagh).
Como já afirmei, este filme é uma homenagem a Hitchcock, algo que se torna logo nítido com o genérico, em que o compositor Patrick Doyle nos brinda com uma partitura semelhante às de Bernard Hermann. Embora não atinja a perfeição do mestre (o que, sejamos sinceros, é impossível) é um filme interessante e que vale a pena rever para tentar descobrir pequenos elementos, como por exemplo actores que, tal como Branagh e Thompson, se dividem em personagens diferentes nas duas épocas.
Destaque para o já referido genérico, em que recortes de jornal nos revelam todos os elementos do caso Strauss, e para uma cena entre Branagh e Andy Garcia capaz de fazer qualquer fumador desistir de alguma vez voltar a pegar num cigarro.

domingo, 11 de novembro de 2007

Vídeo da Semana


Kate Bush - Cloudbusting

Esta música é uma homenagem ao psiquiatra e cientista austríaco Whilhelm Reich, tendo como inspiração o livro A Book of Dreams, escrito pelo seu filho Peter. O teledisco foi idealizado pela cantora e por Terry Gilliam e realizado por Julian Doyle, com o actor Donald Sutherland no papel de Reich e Kate Bush no de Peter.

sábado, 10 de novembro de 2007

In Memoriam

Norman Mailer
(1923 – 2007)

"Every moment of one's existence one is growing into more or retreating into less. One is always living a little more or dying a little bit."

sexta-feira, 9 de novembro de 2007

Obras de arte (24)

Grevy's Zebra, de Andy Warhol

quarta-feira, 7 de novembro de 2007

Os filmes da minha vida (1)

Recentemente, perguntaram-me qual era o filme da minha vida, e eu não fui capaz de responder pois, cada vez que ia para dizer um título,surgia-me outro e eu não sabia o que responder. Esta confusão não é assim tão invulgar - como muita gente, eu não tenho um, mas vários filmes que me marcaram. E, em homenagem a esses filmes, resolvi iniciar uma nova rubrica aqui no Lírio.

O primeiro filme a ser apresentado nesta rubrica será Captains Courageous, realizado em 1937 por Victor Fleming, e baseado numa obra de Rudyard Kipling. Já passou na nossa televisão há tanto tempo que não me recordo do título português (o único canal que o passou nos últimos anos foi o TCM), e nunca encontrei nenhum DVD em edição portuguesa (felizmente há a Amazon, pelo que já o tenho guardado na minha arca de tesouros cinematográficos), por isso, se alguém souber que título foi cá dado pelos tradutores a esta obra-prima, por favor digam-me.
Captains Courageous narra as aventuras de Harvey Cheyne Jr. (interpretado por Freddie Bartholomew) um miúdo rico e mimado que faz a vida negra a todos os que o conhecem. Um dia, uma tempestade atira-o para fora do iate onde viajava, e é resgatado por um barco pesqueiro. Como Harvey não consegue convencer os pescadores a desviarem-se da sua rota para que ele possa voltar para casa, ele não tem outro remédio senão trabalhar para o seu sustento até poder regressar a terra. A vida dura de marinheiro vai, aos poucos, modificando a personalidade de Harvey, tornando-o menos mimado e arrogante, e a influência de um bondoso pescador português, Manuel, vai ajudar a modificar a sua visão da vida e do mundo.
A primeira vez que vi este filme, ainda miúda, chorei as pedras da calçada e ainda hoje, já adulta, o trágico final ainda me deixa os olhos húmidos. É uma belíssima história sobre a vida e sobre o crescimento. Para além disso, foi a minha descoberta do actor magnífico que é Spencer Tracy (até hoje um dos meus actores favoritos) que ganhou o seu primeiro Oscar graças ao seu fabuloso Manuel.

terça-feira, 6 de novembro de 2007

Como o tempo passa...


Mais alguém se lembra da série Kids Incorporated (em português, Miúdos e Companhia), que passou na RTP em meados dos anos 80?
Para quem nunca viu, Kids Incorporated era um grupo de putos que cantava versões de músicas conhecidas. A série não era nenhuma obra-prima, mas tinha a sua piada, e de certeza que deixou saudades a muito miúdo que na altura viu.
Como é normal na televisão, muitos dos miúdos desapareceram com o final da série, embora alguns tenham conseguido resistir por algum tempo ao estigma de terem sido um "kid inc.", como Martika (de vestido vermelho na fotografia), que teve uma breve carreira a solo no início dos anos 90, caindo então no esquecimento, e Mario Lopez, que depois interpretou AC Slater na mítica Saved By The Bell (Já Tocou).
Porém, apenas duas kids se mantêm na ribalta actualmente. Uma delas é Jennifer Love Hewitt (a Melinda de Entre Vidas), que fez parte dos Kids numa fase tardia da série (fase essa que não me lembro de ter passado por cá). A outra é a menina loirinha com ar de Nenuco da fotografia de cima, Stacy Ferguson, que era o "bebé" do elenco original e a favorita de muitos fãs, e que agora responde pelo nome de Fergie (sim, a Fergie dos Black Eyed Peas).

domingo, 4 de novembro de 2007

Vídeo da Semana


Um momento genial de um episódio dos Goodies.

sábado, 3 de novembro de 2007

Obras de arte (23)

Blue #4, de Viggo Mortensen