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quarta-feira, 14 de novembro de 2007

Os filmes da minha vida (2)

Viver de Novo
(Dead Again, 1991)
Eu adoro William Shakespeare e, consequentemente, adoro os filmes de Kenneth Branagh. Porém, o que mais me marcou na sua filmografia enquanto realizador não foi o lirismo de Muito Barulho Por Nada, a melodia de Love Labour's Lost ou a magnificência bélica de Henrique V, mas este thriller que mistura o sobrenatural com uma nítida homenagem a Alfred Hitchcock, e cuja única referência ao bardo se deve ao seu nome aparecer numa placa a meio do filme.
Mike Church (Branagh) é um detective privado de Los Angeles que é contactado pelo responsável pelo orfanato onde cresceu para devolver uma estranha mulher (Emma Thompson), encontrada dentro dos portões do orfanato, amnésica e incapaz de falar, à sua família. Um anúncio colocado por Church na sua busca atrai a atenção de um hipnoterapeuta, Franklin Madson (Derek Jakobi), que sugere usar as suas capacidades para tentar fazê-la recordar-se do que se passou. Durante a sessão, porém, a mulher retrocede demasiado no tempo e, em vez de se descobrir elementos da sua vida actual, são revelados acontecimentos que marcaram uma vida passada e que têm inundado as suas noites de terríveis pesadelos: o assassínio da pianista Margaret Strauss (também Thompson) pelas mãos do seu marido, Roman (novamente Branagh).
Como já afirmei, este filme é uma homenagem a Hitchcock, algo que se torna logo nítido com o genérico, em que o compositor Patrick Doyle nos brinda com uma partitura semelhante às de Bernard Hermann. Embora não atinja a perfeição do mestre (o que, sejamos sinceros, é impossível) é um filme interessante e que vale a pena rever para tentar descobrir pequenos elementos, como por exemplo actores que, tal como Branagh e Thompson, se dividem em personagens diferentes nas duas épocas.
Destaque para o já referido genérico, em que recortes de jornal nos revelam todos os elementos do caso Strauss, e para uma cena entre Branagh e Andy Garcia capaz de fazer qualquer fumador desistir de alguma vez voltar a pegar num cigarro.

1 comentário:

Blueminerva disse...

Adorei este filme!
Também eu sou apreciadora do trabalho de Kenneth Branagh. É, na minha opinião, um dos melhores actor/produtor/realizador da magnífica escola britânica.
Um abraço